Este anúncio, da responsabilidade do Republican National Committee, foi lançado pouco antes das mid-terms em Novembro. Insinua que o Senador Al Franken, que ganhou umas muito disputadas eleições no Minnesota por uma margem extremamente reduzida, terá cometido fraude e roubado a eleição, solicitando contribuições para um fundo, designado No more Frankens, para que tal não volte a acontecer.
A questão é: o senador não concorria às eleições de Novembro, pelo que o destino desse fundo é incerto, e este anúncio pode ser considerado bastante enganador. Tendo em conta que é produzido pelo próprio Partido Republicano, não deixa de ser curioso que recorram a este tipo de estratégias.
Anuncio da campanha presidencial de 2008 do grupo conservador Our country deserves better PAC. Procura passar a mensagem que Obama é um ingénuo ao procurar a diplomacia com os países adversários e inimigos. Insere-se na narrativa republicana, iniciado por John McCain, da falta de experiência de Obama em assuntos internacionais, e que qualquer tentativa de conversações é numa cedência por parte dos EUA que enfraquece os seus interesses.
John Hoeven, candidato Republicano para o senado pelo Dakota do Norte, e antigo governador, tinha a eleição mais do que assegurada. Como acontece nestas ocasiões, sem um adversário à altura, permitiu-se fazder uma campanha exclusivamente positiva, do mais convencional que há: crianças, tipos da construção civil, casais jovens, séniors, militares etc etc. Até o bigode é convencional. Um par de exemplos:
Contra ele, sem qualquer hipótese, concorria o democrata Tracy Potter. Quando uma eleição está perdida à partida, o candidato mais fraco não pode esperar ter grandes apoios do seu partido. Esses recursos são investido em corridas que valham a pena. Resta-lhe então, com pouco dinheiro, tentar chamar a atenção com um anúncio polémico, ou disparatado, ou de ataque desesperado. Mas não Tracy Potter. Este fez um anúncio diferente, pouco convencional pelos padrões americanos actuais, mas sem cair no ridículo. Chamaram-lhe "o anuncio mais cool da campanha":
Não parece ser a mesma eleição no mesmo estado, mas fica o anúncio progressista. Perdeu 76-22, mas perdeu com estilo.
...o que é que uma candidata Republicana ao Congresso precisa mais?
Ah, pois, cortar impostos. É importante cortar impostos. Mas não tanto como disparar.
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Pamela Gordon, após uma carreira no congresso e senado estaduais do Arizona, concorreu às primárias Republicanas desse estado, tendo perdido para Ben Quayle (filho de Dan Quayle), que viria a ganhar as eleições gerais. O uso e exibição de armas, apesar de, hum, claramente exagerado neste anúncio, é bastante habitual em candidatos conservadores que apelam ao eleitorado da extrema direita, que vive com o medo de que estas sejam "tiradas" (leia-se reguladas) pelos "liberais". Parece um disparate para o resto do mundo (e é), mas trata-se uma mensagem para uma faixa do eleitorado muito específica, e a aprovação pela NRA (National Rifle Association) é essencial para qualquer candidato Republicano, sobretudo em estados conservadores e do interior.
Este anúncio foi a jóia da coroa da campanha de Rick Snyder, candidato Republicano a governador do Michigan. Explorando o lado sempre popular de outsider da politica, tem no entanto a originalidade de se concentrar nas qualidades de "marrão" (Nerd) do candidato para fazer passar a mensagem - embora, à boa maneira Republicana, o palavra "tough" esteja sempre presente.
De qualquer maneira, é positivo ver um candidato promover as suas capacidades intelectuais como argumento de campanha. Especialmente um Republicano.
Um dos casos destas eleições andou à volta de um anúncio do NRSC (National Republican Senatorial Committe) que atacava o candidato Democrata ao senado pela West Virginia, Joe Manchin (o tal que gosta de andar aos tiros). No anúncio em baixo, bastante normal pelos standards dos anúncios de ataque, três amigos discutem se será boa ideia mandar Joe para Washington, porque seria "um voto para Obama". Eles até gostam dele, veja-se, tem sido um bom governador, seria melhor não o estragar:
Tudo perfeitamente normal e genuíno, típica conversa de bar, excepto por um detalhe que se veio revelar escandaloso: os três amigos, longe de serem West Virginians, como o anúncio implica, eram na verdade actores contratados fora do estado, e o anúncio foi i.filmado em...Philadelphia. Lá se vai o "efeito genuíno". Pior, veio depois a saber-se que foram seleccionados através de um anúncio que dizia estarem à procura de um estilo "parolo":
We are going for a ‘Hicky’ Blue Collar look,” read the casting call for the ad, being aired by the National Republican Senatorial Committee. “These characters are from West Virginia so think coal miner/trucker looks.
Claro que o candidato democrata exigiu imediatamente um pedido de desculpas ao seu oponente Republicano, John Raese, que como é evidente não surgiu. E após a polémica ganhar alguma tracção na imprensa local, seguiu-se o merecido anúncio de ataque, bastante mais devastador:
John Raese caiu, em mês e meio, 11 pontos nas sondagens, estando agora a 6 do seu oponente. Não insultar os eleitores é sempre uma boa estratégia.
Christine o'Donnell, candidata republicana do Tea Party ao Senado pelo Delaware, já prometia bastante quando ganhou de surpresa as primárias do GOP e as histórias sobre o seu exótico passado e peculiares opiniões fizeram furor nos media.
Mas nada fazia prever uma resposta tão suculenta. O primeiro anúncio, de apresentação, tenta desvalorizar alguma dessas opiniões e imagem negativa, mas é de tal modo desastrado que entra directamente para o historial dos piores anúncios alguma vez lançados:
"Não sou uma bruxa"? Isto é ouro para comediantes. E, claro está, o Saturday Night Live aproveitou imediatamente:
Assim como o seu oponente, o Democrata Chris Coons, com este anuncio:
Ratos com cérebro humano? Quantos candidatos podem usar isso num anúncio de ataque? Coons é um homem de sorte...
Jeff Perry, candidato Republicano ao Congresso pelo Massachussetts, tinha uma hipótese decente de ganhar o lugar (à semelhança de Scott Brown). No entanto, o seu rival Bill Keating desenterrou uma história antiga, que nem sequer o envolve directamente, e a uma semana da votação, a vítima decidiu agora falar. Só vem demonstrar mais uma vez a importância, nestas corridas, de uma boa pesquisa de todos os podres escondidos de um candidato. Pode sempre desenterrar-se algo que decida definitivamente a corrida. E a combinação Abuso sexual/adolescente é particularmente letal.
Claro que tudo culmina num anúncio de ataque devastador:
Ao que este tenta responder, mas de forma bastante fraquinha:
Duas pérolas de Dan Fanelli, candidato às primárias Republicanas para o Congresso pela Flórida (entretanto derrotado), à volta do tema do "racial profiling", que este apoia.
Apesar de obviamente racista, o efeito é de tal forma hilariante, que quase compensa o disparate:
Dois exemplos de anúncios que procuram usar a questão da imigração ilegal para atacar os seus oponentes, e qualquer politica que conduza a uma legalização dos milhares de trabalhadores hispânicos que entram nos EUA, utilizando deliberadamente o racismo. O que é de salientar é o uso dos estereótipos e do medo do "hispânico marginal" para persuadir o eleitorado (supõe-se) anglo-saxónico.
O primeiro, da Republicana Sharron Angle, que concorre para o Senado pelo Nevada:
Repare-se no belo efeito do contraste entre os "escuros" e assustadores hispânicos, sempre acompanhados da palavra "ilegais" em vermelho vivo, que vêm tirar os lugares aos universitários, todos brancos, tudo com o apoio incondicional de Harry Reid.
O segundo, bem pior, de David Vitter, também Republicano, que concorre pelo Louisiana:
A mesma cena dos ilegais assustadores a romperem a vedação, para serem mimados pelo seu oponente. Este é quase demasiado mau para ser verdade. Notem o pormenor do "Beinvenidos a los USA". E os polícias com ar impotente (para prender os "marginais", suponho). Uma sucessão de "dog whistles" ao eleitorado mais conservador.
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