Na maioria dos estados, os juízes do Supremo tribunal Estadual são eleitos directamente pelo povo. Tradicionalmente estas eleições eram discretas e pouco notadas, com budgets mínimos e poucos, ou nenhuns anúncios. No entanto, a situação tem mudado radicalmente nos ultimos anos, devido não só à importância crescente dos media, mas sobretudo pela polarização crescente em torno de alguns assuntos que estes juízes resolvem: o casamento gay e o aborto.
Colocados desta maneira no centro das culture wars, os juízes viram as suas eleições cada vez mais escrutinadas pelo público, media e grupos politicos. E assim, temos hoje campanhas profissionais para as eleições de juízes, com orçamentos cada vez maiores, angariação de fundos e grupos exteriores. E anúncios negativos e de ataque, sobretudo em campanhas de "retenção", onde os eleitores são chamados a decidir se determinado juiz do Supremo deve continuar ou ser retirado da sua posição.
Alguns exemplos, começando neste post pelos positivos:
Tom Edwards, para o Supremo Tribunal do Alabama. Notem as referências religiosas:
Nels Swandal para o Supremo Tribunal do Montana. Notem as referências à vida de agricultor, e a defesa de rumores sobre a sua imparcialidade politica:
Mary jane Trapp para o Supremo Tribunal do Ohio. Recomendada por grupos judiciais:
Concorrendo para o senado no Ohio, o Democrata Lee Fisher produziu talvez o anúncio mais honesto destas eleições. Tendo apenas angariado 300.000 Dólares para a campanha, contra os mais de 5 milhões do seu oponente, o Republicano Rob Portman, Fisher avisa logo: "prestem atenção a este anúncio, não o vão ver muitas vezes", seguindo-se uma simpática conversa de como é genuínamente do Ohio e não de Washington, como o seu oponente, e termina dizendo "mal conseguimos pagar este anúncio":
Não lhe serviu de muito a frontalidade e simpatia, no entanto, porque foi trucidado pelo seu oponente. Mas fica a franqueza. Não é fácil ser um underdog.
Para além dos candidatos e partidos, muitas associações e grupos de interesses entram também no jogo político com anúncios, seja para defender um candidato ou, neste caso, um partido. Este anúncio é um exemplo. Da responsabilidade da American Federation of State, County and Municipal Employees (o equivalente, com as devidas ditâncias, ao Sindicato dos quadros técnicos do estado), é uma defesa do Partido Democrata e um ataque aos Republicanos, pegando na Jobs Bill aprovada em Agosto com os votos contra destes ultimos. Numa altura em que os eleitores são inundados com mensagens contra o défice e o big government, procuram passar a mensagem de que esse dinheiro serve para alguma coisa, enquadrando-se na estratégia Democrata de pintar os Republicanos como inimigos da classe média e opositores irresponsáveis vendidos aos grandes interesses.
Está a passar nos estados do Michigan, Nevada, Ohio e Pennsylvania.
No Ohio, o candidato Republicano a Governador, John Kasich, tem sido acossado pelo seu adversário, o incumbente Democrata Ted Strickland, por ter trabalhado vários anos para a Lehman Brothers. Sabendo que a associação a Wall Street é tóxica nesta altura, Kasich defende-se alegando que era apenas "mais um" das centenas de executivos:
Mas numa típica eleição americana, pode-se sempre contar com um grande trabalho de investigação do adversário sobre tudo o que está dito ou gravado para trás. Uma vez descoberto algo, é imediatamente usado com grande efeito, como este anúncio dos Democratas sobe o mesmo tema:
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