Este anúncio foi a jóia da coroa da campanha de Rick Snyder, candidato Republicano a governador do Michigan. Explorando o lado sempre popular de outsider da politica, tem no entanto a originalidade de se concentrar nas qualidades de "marrão" (Nerd) do candidato para fazer passar a mensagem - embora, à boa maneira Republicana, o palavra "tough" esteja sempre presente.
De qualquer maneira, é positivo ver um candidato promover as suas capacidades intelectuais como argumento de campanha. Especialmente um Republicano.
O Mayor de Denver, John Hickenlooper, candidato Democrata a Governador do Colorado, está farto de anúncios negativos. Tão farto, na realidade, que sente necessidade de tomar duche para se limpar deste tipo de ataques:
Foi eleito para o cargo nas ultimas eleições. No Colorado, os eleitores gostam de candidatos que tomam duche vestidos.
Carl Paladino, candidato Republicano a Governador de Nova Iorque, eleito pelo Tea Party, continua a tentar capitalizar a deplorável polémica à volta da Mesquita do Ground Zero com este anúncio, onde promete usar todos os seus poderes para impedir a construção "do monumento àqueles que nos atacaram". É populismo do mais rasteiro, numa corrida que é já uma das mais sujas destas eleições. Vejam só esta carta.
Na corrida para Governador da Califórnia, a candidata Republicana Meg Whitman responde ao anúncio de apresentação de Jerry Brown de uma maneira polémica e implacável: utilizando uma gravação de Bill Clinton criticando duramente Brown, que foi seu rival à nomeação para a corrida presidencial de 1992, uma corrida tão dura que ambos ficaram de relações muito tensas desde aí.
A jogada resultou em pleno: não só o anúncio é extremamente eficaz, como a resposta incrívelmente desastrada de Brown significa que não poderá contar com o apoio deste nestas eleições. E os Clintons são extremamente populares no estado, pelo que esta perda é um sério revés na campanha do Democrata.
É um anúncio cínico e uma armadilha descarada, na qual Brown caiu que nem um patinho. Será provavelmente recordado como um dos grandes anúncios de 2010, aquele que arrumou Brown e assegurou a vitória de Whitman. Quando bem feitas, estas jogadas valem a pena. E esta está magistral.
Pondo fim a um longo silêncio, que estava já a deixar os seus apoiantes com os nervos em franja, o candidato democrata a governador da Califórnia, Jerry Brown, lançou finalmente o seu primeiro anúncio. Como quase todos os spots iniciais, este é um simpático anúncio de apresentação, baseado na anterior performance de Brown como governador nos anos 70 e inícios de 80. O único problema é que provavelmente ninguém na Califórnia quer voltar aos anos 70, e este anúncio destaca, como nenhum anúncio da sua rival Meg Whitman conseguiria, a idade do candidato e o seu desfasamento da realidade. Basta ver que a maior parte das imagens iniciais são em tom sépia ou no tom colorido peculiar dessa época. Voltar aos anos 70? A sério?
Para mim, bem intencionado, mas um claro tiro ao lado.
O candidato do Partido Republicano a governador de Nova Iorque, Rick Lazio, apoiado pelo Partido Conservador, resolveu capitalizar a polémica à volta da construção da Mesquita do Ground Zero num anúncio de ataque contra o seu rival Andrew Cuomo, o candidato Democrata bastante à frente nas sondagens. Todo construído à volta de insinuações, procura usar o medo e as teorias da conspiração para colar Cuomo a figuras "radicais" e "perigosas". O tema do terrorismo é ainda fértil para as campanhas, mas este tipo de "anúncios-choque" têm mais a intenção de causar uma polémica que chame a atenção dos media e permita que o candidato seja muito falado. Aqui, foi plenamente conseguido.
Candidato a governador do Wisconsin, o Republicano Scott Walker lançou um novo anúncio onde, para além de acusar o oponente democrata de lhe "dar socos", leva a metáfora do boxe até ao fim, aparecendo com luvas calçadas. Nada de anormal, e até bastante leve pelos padrões de alguns anúncios, excepto num detalhe: o seu oponente Tom Barrett foi severamente espancado no ano passado quando salvava uma mulher e um bébé de serem atacados por um bêbado. A campanha de Scott Walker veio já dizer que esse anúncio não se referia a nenhum incidente, mas ninguém no estado desconhece a história, e a metáfora acaba por ser um tiro no pé para o candidato.
No Ohio, o candidato Republicano a Governador, John Kasich, tem sido acossado pelo seu adversário, o incumbente Democrata Ted Strickland, por ter trabalhado vários anos para a Lehman Brothers. Sabendo que a associação a Wall Street é tóxica nesta altura, Kasich defende-se alegando que era apenas "mais um" das centenas de executivos:
Mas numa típica eleição americana, pode-se sempre contar com um grande trabalho de investigação do adversário sobre tudo o que está dito ou gravado para trás. Uma vez descoberto algo, é imediatamente usado com grande efeito, como este anúncio dos Democratas sobe o mesmo tema:
Nos EUA é perfeitamente normal para um candidato falar dos seus valores religiosos, e usá-los como parte integrante na sua campanha, como uma prova de bom carácter. No campo dos Republicanos, então, é um ponto de honra, sendo muito difícil hoje em dia que um candidato conservador não seja também religioso. No entanto, em alguns estados do interior, essa questão, mais do que importante, passou a ser central na candidatura.
Pegando ainda na corrida a Governador no Alabama, os dois anúncios abaixo ilustram bem este estado de coisas, e os extremos a que já se chegaram. Bradley Byrne é candidato à nomeação republicana a este cargo. Um dos anúncios iniciais de apresentação é exclusivamente dedicado à questão da sua fé:
Para além da questão religiosa, este anúncio inclui duas referências importantes para o eleitorado conservador ( de referir que Byrne é um ex-democrata, tendo passado para os Republicanos em 97): a frase I'm a creature of the creator, e you get to see, at birth, the miracle of life, and life is a miracle. Esta última expressão estabelece a sua posição na questão do aborto, enquanto a primeira expressão se relaciona com uma das mais incompreensíveis (para nós Europeus) polémicas que decorrem nos EUA: o ensino do creacionismo nas escolas. Muito ridicularizada nos media, esta questão insiste em manter-se na agenda dos republicanos, e é importante para o eleitorado mais retrógado, que quase vê nesta questão um ponto de honra contra a agenda dos liberals. Aliás, o objectivo dos promotores desta ideia (as igrejas evangélicas, sobretudo) é mesmo esse: tornar a teoria da evolução numa questão política e não de ciência.
É precisamente nessa questão religiosa e criacionista que foca o seguinte anúncio de ataque, da autoria de um grupo associado a um seu rival Republicano:
Em algumas zonas dos EUA, a separação entre estado e Igreja é cada vez mais difusa.
Candidato (entretanto derrotado) a Governador no Alabama, o ex-juiz Roy Moore - também conhecido pelo "juiz dos dez mandamentos" - prova que nem só de anúncios de ataque vive uma campanha.
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