Na corrida para Governador da Califórnia, a candidata Republicana Meg Whitman responde ao anúncio de apresentação de Jerry Brown de uma maneira polémica e implacável: utilizando uma gravação de Bill Clinton criticando duramente Brown, que foi seu rival à nomeação para a corrida presidencial de 1992, uma corrida tão dura que ambos ficaram de relações muito tensas desde aí.
A jogada resultou em pleno: não só o anúncio é extremamente eficaz, como a resposta incrívelmente desastrada de Brown significa que não poderá contar com o apoio deste nestas eleições. E os Clintons são extremamente populares no estado, pelo que esta perda é um sério revés na campanha do Democrata.
É um anúncio cínico e uma armadilha descarada, na qual Brown caiu que nem um patinho. Será provavelmente recordado como um dos grandes anúncios de 2010, aquele que arrumou Brown e assegurou a vitória de Whitman. Quando bem feitas, estas jogadas valem a pena. E esta está magistral.
Esta campanha é, usando uma expressão americana, the gift that keeps on giving.
Aquecimento global? Qual aquecimento global? Isso é obviamente para meninos...
Este ano, com a saída de Arnold Schwarzenegger de Governador da Califórnia (por ter atingido o limite de dois mandatos), a corrida à posição está em aberto.
Do lado Republicano, dois candidatos travam uma batalha brutal pela nomeação do seu partido. Meg Withman, antiga CEO do eBay, levava vantagem por ser uma das figuras mais conhecidas do estado, com impecáveis credenciais de empresária visionária. Do outro lado, Steve Poizner, outro empresário bem sucedido mas bastante menos conhecido, começava com uma desvantagem de 61-11. A única maneira de se aproximar: uma barragem implacável de anúncios de ataque, durante meses seguidos, contra a sua oponente. Anúncios como este, pegando no assunto da emigração ilegal, em apoio da controversa lei do Arizona:
ou este, onde acusa Withman de nunca ter votado:
O resultado desta barragem negativa: 46-36 para Withman na última sondagem. Ou seja, os ataques fizeram com que a corrida ficasse bastante mais apertada, e que um desconhecido ganhasse visibilidade ao mesmo tempo que tira o lustro à sua rival. A principal razão pela qual este tipo de anúncios são tão utilizados. Quando não fazem ricochete, são terrivelmente eficazes.
Do seu lado, Withman aposta num mix de anúncios positivos, como este:
mas ao mesmo tempo, é obrigada a defender-se, com anúncios de "contra-ataque", em que ao mesmo tempo que ataca o seu oponente, o acusa de apenas recorrer aos anúncios negativos, na esperança de provocar o tal efeito de ricochete:
embora, à medida que a corrida aperta, lance também anúncios de ataque puros. Gosto particularmente deste, que não deve nada à subtileza, mas com um tema sempre popular. Buckle Up, Steve:
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