Na maioria dos estados, os juízes do Supremo tribunal Estadual são eleitos directamente pelo povo. Tradicionalmente estas eleições eram discretas e pouco notadas, com budgets mínimos e poucos, ou nenhuns anúncios. No entanto, a situação tem mudado radicalmente nos ultimos anos, devido não só à importância crescente dos media, mas sobretudo pela polarização crescente em torno de alguns assuntos que estes juízes resolvem: o casamento gay e o aborto.
Colocados desta maneira no centro das culture wars, os juízes viram as suas eleições cada vez mais escrutinadas pelo público, media e grupos politicos. E assim, temos hoje campanhas profissionais para as eleições de juízes, com orçamentos cada vez maiores, angariação de fundos e grupos exteriores. E anúncios negativos e de ataque, sobretudo em campanhas de "retenção", onde os eleitores são chamados a decidir se determinado juiz do Supremo deve continuar ou ser retirado da sua posição.
Alguns exemplos, começando neste post pelos positivos:
Tom Edwards, para o Supremo Tribunal do Alabama. Notem as referências religiosas:
Nels Swandal para o Supremo Tribunal do Montana. Notem as referências à vida de agricultor, e a defesa de rumores sobre a sua imparcialidade politica:
Mary jane Trapp para o Supremo Tribunal do Ohio. Recomendada por grupos judiciais:
James Anderson é candidato ao cargo de procurador-geral do Alabama. Neste divertido (e astuto) anúncio, pega no tema das estratégias eleitorais, com vários estrategas politicos a aconselharem uma série de ideias "standard" na industria, para no fim resolver ir apenas com o seu curriculo:
A ideia a passar é, obviamente, a de um candidato "honesto" e "genuíno", que não necessita de estratégias mirabolantes para ser eleito. E no entanto, essas mensagens passam quase subliminarmente no início: pai de família, duro contra o crime, filho de um pastor. É muito bem pensado.
Este anúncio, da responsabilidade do Republican National Committee, foi lançado pouco antes das mid-terms em Novembro. Insinua que o Senador Al Franken, que ganhou umas muito disputadas eleições no Minnesota por uma margem extremamente reduzida, terá cometido fraude e roubado a eleição, solicitando contribuições para um fundo, designado No more Frankens, para que tal não volte a acontecer.
A questão é: o senador não concorria às eleições de Novembro, pelo que o destino desse fundo é incerto, e este anúncio pode ser considerado bastante enganador. Tendo em conta que é produzido pelo próprio Partido Republicano, não deixa de ser curioso que recorram a este tipo de estratégias.
Um dos debates mais acesos nos EUA nos ultimos anos tem sido sobre o casamento gay, que tem sido proposto à votação em vários estados. O facto de ser uma batalha estado a estado através de referendos e propositions tem proporcionado uma autêntica guerra de anúncios de organizações independentes, que degladiam argumentos em alguns dos melhores e mais imaginativos anuncios que se têm visto.
O anuncio que se segue, lançado pelo grupo conservador Nation for marriage, foi aquele que mais furor provocou, assim como mais paródias. O tom é, digamos, apocalíptico, e procura avisar das terríveis consequências para a liberdade de consciência que a aprovação do casamento gay traria:
O tom e os argumentos deste anuncio são de tal modo exagerados, e o apelo ao medo e à homofobia tão descarados, que se tornou uma sensação nacional, tendo inspirado um sem fim de críticas e, sobretudo, paródias implacáveis e mortíferas que rapidamente o tornaram um autêntico tiro no pé para a organização. Esta é uma dessas paródias, feita com actores bastante conhecidos:
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